O Que é Diabetes? Quais os tipos de insulina?

O Que é Diabetes?

Hoje, no Brasil, há mais de 13 milhões de pessoas vivendo com diabetes, o que representa 6,9% da população. E esse número está crescendo. Em alguns casos, o diagnóstico demora, favorecendo o aparecimento de complicações. Pode ser que você ou alguém próximo tenha diabetes. Saiba mais e aprenda a conviver bem com a doença, transformando-a em mais um motivo para cuidar da saúde.

Mecanismo

Diabetes é uma doença crônica na qual o corpo não produz insulina ou não consegue empregar adequadamente a insulina que produz.
Mas o que é insulina? É um hormônio que controla a quantidade de glicose no sangue. O corpo precisa desse hormônio para utilizar a glicose, que obtemos por meio dos alimentos, como fonte de energia.

Quando a pessoa tem diabetes, no entanto, o organismo não fabrica insulina e não consegue utilizar a glicose adequadamente. O nível de glicose no sangue fica alto –  a famosa hiperglicemia. Se esse quadro permanecer por longos períodos, poderá haver danos em órgãos, vasos sanguíneos e nervos.

Além disso, as formas de aplicação e as agulhas modernas tornam o uso de insulina mui-to mais simples e confortável e praticamente indolor atualmente. As agulhas cada vez menores e mais confortáveis, tanto nas seringas descartáveis mais novas quanto, ainda mais, com o uso em canetas de aplicação de insulina, o que torna sua aplicação muito mais simples, precisa e confortável.

Em princípio, o uso da insulina parece mesmo um pouco complicado, mas você deve con-tar com a ajuda do médico e da equipe multidisciplinar para conseguir chegar a essa compreensão. É mais simples e fácil do que parece. E lembre-se: a insulina é o medicamento mais eficaz no controle da glicose no sangue. 

Quais os tipos de Insulina?

Existem hoje vários tipos de insulina disponíveis para o tratamento de diabetes e elas se diferenciam pelo tempo em que ficam ativas no corpo, pelo tempo que levam para come-çar a agir e de acordo com a situação do dia em que elas são mais eficientes.

Compreendendo como a insulina funciona, você poderá planejar suas refeições, lanches e exercícios. O tratamento com insulina deve se ajustar tanto ao seu estilo de vida quanto às suas necessidades de controle de glicose. Lembre-se, o uso é muito individual e nem sempre se acerta de primeira. É importante ter paciência.

Não existe um ‘tamanho único’ no que se refere ao tratamento com insulina e ao plano de gerenciamento do diabetes. Seus objetivos, idade, saúde geral, fatores de risco e ativida-des diárias são considerados, portanto, cada terapia é individual.

A insulina humana (NPH e Regular) utilizada no tratamento de diabetes atualmente é desenvolvida em laboratório, a partir da tecnologia de DNA recombinante. A insulina chamada de ‘regular’ é idêntica à humana na sua estrutura. Já a NPH é associada a duas substâncias (protamina e o zinco) que promovem um efeito mais prolongado.

A insulina não pode ser tomada em pílulas ou cápsulas, pois os sucos digestivos presentes no estômago interferem em sua eficácia. Com o avanço das pesquisas na área, essa realidade talvez seja viável no futuro. Neste ano de 2015 deve ser lançada no mer-cado norte americano uma insulina administrada por via inalada.

As insulinas mais modernas, chamadas de análogas (ou análogos de insulina), são produzidas a partir da insulina humana e modificadas de modo a terem ação mais curta (Lispro (Humalog®), Aspart (NovoRapid®) ou Glulisina (Apidra®)) ou ação mais prolongada (Glargina (Lantus®), Detemir (Levemir®) e Degludeca (Tresiba®). As insulinas também podem ser apresentadas na forma de pré-misturas. Há vários tipos de pré-misturas: insulina NPH + insulina Regular, na proporção de 70/30, análogos de ação prolongada + análogos de ação rápida (Humalog® Mix 25 e 50, Novomix®30).

As insulinas podem vir em frascos e canetas. Os frascos são de 10 ml (para uso com se-ringas de insulina) e o refis, são de 3 ml (usados em canetas de aplicação de insulina), assim como podem vir em canetas de aplicação descartáveis. Outra forma de administra-ção de insulina é a bomba de insulina. Independentemente do método, é importante en-tender alguns conceitos, confira:

Unidades de insulina

A insulina identificada com U-100 significa que existem 100 unidades de insulina por mililitro (mL) de líquido no frasco. O paciente deve sempre respeitar o número de unidades prescrito pelo médico. O auxílio do especialista é fundamental para determinar a dosagem apropriada. Atualmente no Brasil todas as insulinas comercializadas são U-100.

Insulina basal e bolus

O pâncreas secreta a insulina de duas maneiras: basal e bolus. Como basal entende-se uma secreção constante de insulina que permanece em níveis baixos no sangue o tem-po todo e é produzida em forma de ‘gotas contínuas’, mantendo a liberação de glicose para as células do organismo; enquanto o termo bolus, se refere a quantidades maiores de insulina que são liberadas na circulação sanguínea em momentos de maior necessidade, como por exemplo às refeições, ou quando há aumento de açúcar no sangue.

As insulinas de ação rápida encontradas nas farmácias são utilizadas para proporcionar ação semelhante a esses bolus de insulina, que ocorrem na fisiologia, necessários principalmente às refeições. Já as injeções de insulina de ação intermediária (NPH) e lenta (análogos) atuam de forma semelhante ao fornecimento basal e são aplicadas em 1 ou 2 aplicações diárias (Glargina, Levemir e NPH), ou até 3 vezes ao dia (NPH), a fim de proporcionar o componente “basal” da insulinização. É por isso que algumas vezes, para um bom tratamento com insulina, seguro e eficaz, minimizando o risco de hipoglicemias, usa-se várias aplicações diárias de insulina, no esquema assim conhecido como basal-bolus.

Pessoas com diabetes Tipo 1 na maioria das vezes precisam de um programa terapêuti-co que libere tanto a insulina basal quanto a bolus, no seu tratamento, que portanto em geral é feito de maneira intensiva, ou seja, envolvendo 3 ou mais aplicações diárias de insulina. Já o tratamento voltado ao diabetes Tipo 2 é variável. Alguns pacientes só precisam da basal, já que o pâncreas ainda fornece a insulina necessária para as refeições. Nestes casos, uma aplicação diária, antes de dormir, costuma ser suficiente. Outros precisam de insulina basal e bolus, com objetivo de controlar a glicemia em diferentes momentos do dia.

Algumas pessoas com diabetes Tipo 2 não precisam de injeções de insulina. São os muitos casos em que medicamentos orais aliados à alimentação saudável e à prática regular de exercício físico conseguem prover bom controle glicêmico.

O programa de insulinoterapia personalizado pode incluir mais de um tipo de insulina, usados em diferentes momentos do dia, na mesma hora, ou até na mesma aplicação. O mercado disponibiliza algumas opções pré-misturadas de insulina, que possibilitam ao paciente aplicar dois tipos de insulina em uma única aplicação. Em outros casos, a pes-soa com diabetes vai fazer a própria combinação, ajustando as doses das insulinas de ação ultrarrápida de acordo com a alimentação (quantidade de carboidratos) ou com a glicemia medida.