Desospitalização com segurança: benefícios do atendimento domiciliar ou remoto do paciente

Internações e visitas desnecessárias ao pronto atendimento aumentam o risco de infecções aos pacientes e o custo de hospitais com uso de leito.

A desospitalização é uma metodologia que vem sendo cada vez mais adotada por hospitais, clínicas e profissionais de saúde. 

Seu objetivo é garantir os cuidados paliativos a pacientes em estado clínico considerado estável, sem que haja a necessidade de mantê-los internados. 
Mas o que é desospitalização? É uma maneira mais humanizada de prosseguir o tratamento de enfermos. 
Trata-se de uma tendência mundial que se baseia na ética e no respeito pela dignidade do ser humano, uma vez que o ambiente hospitalar por si só pode tornar a recuperação mais lenta e triste.  Ou seja, ao criar o protocolo de desospitalização, parte-se do princípio de que o ambiente influencia diretamente na melhora da saúde do paciente. 

Desospitalização: o que é? 

O conceito de desospitalização é ampla, mas podemos defini-la como a assistência domiciliar realizada por profissionais de saúde, mediante o estabelecimento de prazos e metas a serem cumpridas diariamente, visando prestar um serviço de excelência. 

A intenção por trás da desospitalização precoce é garantir um acompanhamento profissional a pacientes que necessitam de tratamento, sem que isso envolva as possíveis infecções que podem ocorrer ao longo da internação hospitalar. Esse acompanhamento passa a ser realizada em casa ou clínicas familiares – o que justifica o fato da desospitalização também ser conhecida como home care.
Dentro do ambiente familiar, o paciente costuma ser menos resistente às orientações e tratamentos visando sua cura ou melhora significativa dos sintomas e do quadro. 
Isso sem falar do conforto e da segurança de não ficar preso em um quarto de hospital.  A prestação de serviço de saúde nessa modalidade costuma ser realizada de forma multidisciplinar, de acordo com a doença a ser tratada e as necessidades do paciente. 
Ela pode incluir: 

  • Enfermagem;
  • Psicólogos;
  • Fisioterapeuta;
  • Clínico geral;
  • Terapeuta;
  • Nutricionista;
  • Fonoaudiólogo;
  • Especialista relacionado a doença em questão, como cardiologista

Qual a importância da desospitalização?

A desospitalização é importante por diversos motivos, sendo um dos principais o fato de permitir que o paciente possa realizar o seu tratamento com mais conforto e de forma humanizada.
A recuperação tende a ser mais rápida, tendo em vista que é elaborado um projeto de desospitalização, com estratégias e manobras consideradas essenciais para que a sua saúde não seja agravada. 
É importante mencionar outros benefícios, como a redução no tempo de internação, minimizando os riscos de ocorrerem infecções hospitalares, bem como gerando menos desgaste ao paciente. 

Isso não significa que o paciente não poderá ficar internado, mas sim que a desospitalização será realizada no momento em que ele está apto a receber tratamento domiciliar.  
O atendimento mais humanizado é outro ponto importante, pois o paciente passa a ter dedicação exclusiva dos profissionais de saúde.
Isso permite que os médicos compreendam melhor suas necessidades e, em meio ao profissionalismo, consigam supri-los com mais atenção e afeto. 
O contato com familiares e amigos é outro fator que torna a desospitalização de pacientes crônico importante, pois uma das queixas mais comuns de pacientes internados é a solidão, uma vez que há limitação de horário de visita. 

Motivos pelos quais vale a pena apostar na desospitalização 

Mesmo que o cenário ainda seja desafiador, a desospitalização segue sendo considerada uma das grandes tendências mundiais. 

Alguns motivos que justificam essa afirmação são: 

Crescimento no número de pessoas idosas

Segundo o IBGE, o número de idosos cresceu 18% no Brasil em 2018. A estimativa é que, em 2030, o país tenha a 5ª população mais idosa do mundo, sendo que, em 2050, ela deverá ser composta por 2 bilhões de pessoas. 
Esses números por si só demonstram a importância de repensar o formato de internação, oferecendo um olhar mais humanizado dentro das clínicas visando bem-estar e maior qualidade de vida. 

Mudança no perfil das doenças 

Ao longo dos anos, houve maior prevalência das doenças crônicas sobre as agudas, como: 

  • Diabetes;
  • Hipertensão;
  • Hepatite;
  • Câncer.

Logo, o acompanhamento contínuo vem se sobressaindo às intervenções rápidas, o que pode ser solucionado através da desospitalização home care.

Altos custos com saúde 

Se a população idosa está aumentando, o mesmo ocorre com os gastos do setor de saúde nacional, uma vez que o custo assistencial nessa faixa etária é bem maior que dos mais jovens. 
Esses números por si só demonstram a importância de repensar o formato de internação, oferecendo um olhar mais humanizado dentro das clínicas visando bem-estar e maior qualidade de vida. 

Quais as modalidades existentes de desospitalização segura? 

Existem basicamente duas modalidades de continuação do tratamento fora do ambiente hospitalar. São elas: 

1. Atendimento domiciliar 

É o home care propriamente dito, em que o tratamento é realizado na própria casa do paciente, contando com a assistência dos profissionais de saúde necessários, como médicos e enfermeiros. 
Geralmente, o acompanhamento domiciliar é indicado tanto para assistência quanto internação, ambos se assemelhando ao que seria efetuado dentro do ambiente hospitalar. 

2. Hospital de apoio 

Trata-se de um meio termo entre a internação tradicional e o tratamento em casa, sendo indicado para quem não conta com um ambiente domiciliar seguro e, ao mesmo tempo, não necessita de uma grande infraestrutura à disposição, como a de um hospital.
Geralmente, os pacientes que melhor se enquadram nesse formato são os que possuem distúrbios já estabilizados, sem riscos de piora, ou que precisam de cuidados paliativos, como nos casos de doenças crônicas, cujos medicamentos apenas minimizam os sintomas. 
Nas duas modalidades, há o acompanhamento de um profissional da saúde, seja um médico ou enfermeiro, uma vez que é preciso continuar com os cuidados especializados.

Indicadores de desospitalização que devem ser acompanhados 

Existem alguns indicadores assistenciais importantes de serem acompanhados, pois são eles que determinam a possibilidade de adotar a desospitalização e, principalmente, obter êxito nela. 

Os principais são: 

  • Perfil do paciente;
  • Tempo de internação;
  • Reinternação precoce;
  • Satisfação do paciente e da sua família;
  • Custos relacionados à assistência;
  • Reconciliação medicamentosa. 

Como a telemedicina pode ser útil no processo de desospitalização? 

Uma das formas de atender os pacientes que passaram pela desospitalização é através da telemedicina, que nada mais é do que o atendimento médico remoto. 
Através de uma plataforma específica de telemedicina, é possível oferecer atendimento especializado, conforme a necessidade do paciente. 
Como todos os dados ficam registrados em um prontuário eletrônico, incluindo exames e medicamentos administrados, o acompanhamento se torna ainda mais eficiente e seguro.  Como todos os dados ficam registrados em um prontuário eletrônico, incluindo exames e medicamentos administrados, o acompanhamento se torna ainda mais eficiente e seguro. 
Isso porque o profissional acessa uma ficha completa com histórico clínico, podendo realizar as manobras necessárias de forma humanizada e direcionada. 
Esse movimento tecnológico, focado no atendimento remoto, é conhecido como Saúde 4.0 e vem ganhando cada vez mais destaque por facilitar o contato entre profissionais de saúde e pacientes.

A desospitalização de paciente crônicos é uma modalidade que vem ganhando destaque no Brasil e no mundo.

Ela consiste em uma assistência domiciliar realizada por profissionais de saúde, permitindo que o paciente fique mais próximo da família e dos amigos – favorecendo na sua recuperação e manutenção do bem-estar.

Fonte: https://telemedicinamorsch.com.br/blog/desospitalizacao