Conheça os 7 principais sinais de surdez

Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), no Brasil há aproximadamente 28 milhões de pessoas com surdez. Grande parte dessas pessoas não procuram ajuda médica por falta de informação, por não aceitar a perda auditiva, ou ainda, por não ter acesso às informações sobre a relevância do assunto.

Um fato frequentemente ignorado é a diminuição da audição provocada pelo envelhecimento natural. Muitas pessoas pensam que esse tipo de perda é algo irreversível ou sem possibilidades de intervenção. Assim, muitos idosos e seus familiares não buscam solução para o problema.

Nesse sentido, falar sobre a surdez e as suas consequências é de fundamental importância. Por esse motivo, elaboramos este artigo no qual abordamos os principais aspectos da perda auditiva, bem como os sinais mais comuns que alertam sobre a existência desse processo. Continue a leitura para saber mais!

O que é surdez

A perda auditiva ou surdez se refere à perda parcial ou total da audição que dificulta a compreensão e a comunicação verbal. Ela pode ocorrer porcausas congênitas, adquiridas por traumatismo, predisposição genética ou doença que afete este órgão.

Alguns medicamentos, como antibióticos, também podem gerar a alteração. Os tipos de perda auditiva são classificados como:

  • condutiva— afeta as orelhas externa e média, que são responsáveis por conduzir o som do meio ambiente até a orelha interna;
  • neurossensorial— afeta a orelha interna, e o nervo da audição;
  • mista— há alteração tanto condutiva quanto sensorioneural;

Os diferentes níveis de perda auditiva são classificados em graus de limiar auditivo em decibéis (dB) de acordo com a severidade. O grau de perda auditiva está relacionado com o quanto ouvimos, ou seja, com a medição da nossa audição. Segue a classificação:

  • sem perda auditiva (0 a 25 dB) — sem dificuldade aparente;
  • leve (26 a 40 dB)— dificuldade de manter um diálogo em ambientes com muito barulho;
  • moderada (41 a 55 dB)— dificuldade em ouvir a fala quando há ruído de fundo e necessidade de aumentar o volume da TV ou do rádio;
  • moderada a severa (56 a 70 dB)— necessita de fala em tom alto e apresenta dificuldade para conversar em grupo;
  • severa (70 a 90 dB)— só ouve a fala em tom muito alto e faz uso de leitura labial. Alguns pacientes também adotam a língua de sinais (Libras);
  • profunda (+90)— dificuldade de ouvir e entender a fala mesmo que seja amplificada. Uso da linguagem labial e/ou língua de sinais.

Conheça os sinais da surdez

Na maioria dos casos, o paciente não percebe que está perdendo a audição. Isso porque as pessoas não relacionam a maioria dos outros sintomas, como dificuldades de manter a atenção, isolamento social, depressão, entre outros, com a surdez.

Normalmente, a dificuldade começa na percepção de alguns sons da fala, como os agudos. Nesses casos, é comum as pessoas comentarem que “escutam, mas não entendem”. Isso ocorre pelo fato de ouvirem mais as vogais, que apresentam sons graves, do que as consoantes, que têm sons agudos e ajudam na inteligibilidade de fala,causando assim, confusão no sentido das frases.

surdez no idoso ocorre de modo lento e gradativo e, se caracteriza pela perda da audição progressiva, semelhante entre as orelhas e com prejuízo  na percepção dos sons agudos inicialmente. Pode vir acompanhada também de vertigem, zumbido e desequilíbrio. Veja a seguir alguns dos principais sinais de alerta!

1. Dificuldade para se comunicar em lugares ruidosos

Isso ocorre, principalmente, pela dificuldade de escutar em lugares com ruídos, como em shoppings, festas, feiras, entre outros. Os sons de fundo exercem grande influência nas pessoas em todos os níveis de perda auditiva e reduzem a compreensão da fala.

Por esse motivo, é importante observar se a pessoa fica indisposta para conversar em ambientes barulhentos ou demonstra não compreender o que as outras pessoas dizem, pedindo sempre para repetir a informação ou se isolando.

2. Leitura labial durante a conversa

As dificuldades na comunicação são um dos principais sinais da perda auditiva e, normalmente, são iniciadas com o não entendimento da fala. Muitas vezes, a pessoa ouve, mas não consegue compreender as palavras. Nesses casos, é comum pedir para repetir o que disseram por diversas vezes.

Outro ponto que merece atenção é quando há entendimento de fala apenas quando falam de frente para a pessoa, ou seja, quando há a possibilidade dela usar a leitura labial como ferramenta para ajudar na compreensão.

Também é comum a dificuldade de entender vozes femininas ou de crianças ao telefone (que costumam ser sons mais agudos). Com o tempo, esse problema piora e passa também a ocorrer durante os diálogos presenciais.

Embora ele não seja umas das causas da perda auditiva, o surgimento desse zumbido pode ocorrer caso a perda auditiva não seja tratada. Portanto, apresentar zumbido pode ser um sinal de alteração da via auditiva, responsável por conduzir os sons para o cérebro.

4. Tem intolerância a sons intensos

Um aspecto muito comum em pacientes com perda de audição é a hipersensibilidade em relação aos sons altos ou nem tão altos assim.. Por exemplo, quando os idosos se queixam do alto volume da música no rádio que, na verdade, se encontram em níveis normalmente tolerados por pessoas com audição normal.

Isso explica o motivo pelo qual falar muito alto com pacientes surdos pode ser prejudicial. Além do desconforto, conforme já comentamos, as vogais de frequências baixas (sons graves) são ampliadas, enquanto as consoantes (geralmente sons médios e agudos) permanecem inaudíveis, o que pode causar um grande desconforto para o paciente e ele continuar sem entender.

Dessa forma, é importante observar que na surdez em idosos, o problema se relaciona muito mais às frequências do som do que propriamente à intensidade. Portanto, falar muito alto ou gritar só faz sentido se o paciente apresentar outras causas para a perda auditiva, como por exemplo, excesso de cera no ouvido que pode obstruir a passagem do som.

5. Dificuldade para ouvir aparelhos eletrônicos

Uma mudança de hábito muito comum se refere ao som da televisão e do rádio. O indivíduo passa a ter dificuldade para escutar os aparelhos eletrônicos e começa, gradativamente, a apresentar necessidade de aumentar o volume.

Quando as músicas do rádio e programas de TV são acompanhadas por ruídos ao fundo, por trás das falas, dificulta ainda mais o entendimento do que está sendo dito.

6. Isolamento social

A dificuldade em escutar provoca o isolamento social, causando um grande impacto na vida da pessoa, levando inclusive à baixa na autoestima. Para evitar situações constrangedoras, é comum o idoso perder o interesse em compartilhar pensamentos e sentimentos.

7. Depressão

A limitação que a pessoa sente para fazer coisas simples, como ir ao cinema, assistir TV ou se reunir com os familiares, somada à sensação de inutilidade, pode provocar um estado depressivo.

Nesse caso, muitas vezes é necessário um tratamento multidisciplinar envolvendo vários profissionais especializados, como otorrinolaringologista, fonoaudiólogo e psicólogo a fim de auxiliar o paciente nesse processo.

Importância do diagnóstico

Grande parte das pessoas que possuem problemas auditivos não sabem que têm esse problema ou não tomam a iniciativa de procurar o auxílio de um profissional especializado.

surdez é uma experiência difícil. Para lidar com indivíduos que estão passando por isso, é imprescindível que as pessoas mais próximas fiquem atentas aos sinais e busquem ajuda de um médico especialista com o objetivo de indicar o tratamento mais adequado.

É importante ter em mente que já existem soluções para quase todos os tipos de surdez, como aparelhos auditivos com alta tecnologia e implantes cocleares. O uso diário do dispositivo de audição, o acompanhamento com profissionais capacitados e o apoio da família são fundamentais para que essas pessoas consigam resgatar a autoestima e qualidade de vida.

A surdez é capaz de provocar graves consequências, principalmente para os idosos, como a perda da qualidade de vida. Portanto, é imprescindível ficar alerta aos sinais e buscar um bom profissional da saúde para avaliação, diagnóstico e conduta, bem como evitar a automedicação.